quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Poema TEMPESTADES de Leda Mônica Fialho

 


TEMPESTADES

 

Assim como as tempestades, ele também chegou.

Com uma força poderosa e avassaladora invadindo,

 alagando minha alma, correntezas no meu sangue,

derrubando tabus e conceitos arcaicos.

Nada segurava aquele tufão.

Era ao mesmo tempo assustador e prazeroso.

Não tinha conhecimento daquele sentir.

Perdida na correnteza que mexia,

puxava e repuxava como um redemoinho,

deixando-me tonta de perder a cabeça.

Sensações, dúvidas e desejos misturavam-se,

não sabia qual direção tomar,

deveria seguir a correnteza?

Deixar-me levar além mar?

Largar o corpo e chegar até onde desejava?

Não tive tempo de pensar,

assim como as tempestades caem,

destruindo, arrastando o que encontra pela frente,

meus sonhos, meus desejos também foram destruídos.

Nada ficou no lugar...

Passou levando tudo, ergo a cabeça, não me deixo afogar.

Estou só, lamentando o amor perdido nas águas profundas,

porém agradecida.

Saio da tempestade com a esperança

de que um novo dia venha abençoar-me

e o sol iluminado minha vida venha dizer-me: Bem vinda mulher!!!

 

Lêda Mônica Fialho

 


Um comentário:

  1. Lêda, com uma sensibilidade que lhe é peculiar, transmite as tempestades que nos afligem. Muito linda a analogia. Parabéns, Lêda!

    ResponderExcluir