TEMPESTADES
Assim como as tempestades, ele também chegou.
Com uma força poderosa e avassaladora invadindo,
alagando minha alma, correntezas
no meu sangue,
derrubando tabus e conceitos arcaicos.
Nada segurava aquele tufão.
Era ao mesmo tempo assustador e prazeroso.
Não tinha conhecimento daquele sentir.
Perdida na correnteza que mexia,
puxava e repuxava como um redemoinho,
deixando-me tonta de perder a cabeça.
Sensações, dúvidas e desejos misturavam-se,
não sabia qual direção tomar,
deveria seguir a correnteza?
Deixar-me levar além mar?
Largar o corpo e chegar até onde desejava?
Não tive tempo de pensar,
assim como as tempestades caem,
destruindo, arrastando o que encontra pela frente,
meus sonhos, meus desejos também foram destruídos.
Nada ficou no lugar...
Passou levando tudo, ergo a cabeça, não me deixo afogar.
Estou só, lamentando o amor perdido nas águas profundas,
porém agradecida.
Saio da tempestade com a esperança
de que um novo dia venha abençoar-me
e o sol iluminado minha vida venha dizer-me: Bem vinda mulher!!!
Lêda Mônica Fialho
Lêda, com uma sensibilidade que lhe é peculiar, transmite as tempestades que nos afligem. Muito linda a analogia. Parabéns, Lêda!
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