sábado, 17 de agosto de 2019

SEIBO- verdadeiro nome da flor de Anahi





Seibo - Nome da Flor - flor que é cultivada na Argentina,
Paraguai,Uruguai e Brasil, relacionada a índia Anahi.
Musica Guarânia paraguaia - letra e musica de autoria de Osvaldo Sosa Cordeiro e em versão brasileira de José Fortuna, gravado primeiramente pela dupla Cascatinha e Inhama.

Anahí
As arpas sentidas soluçam arpejos
Que são para ti
Anahí
Teus acordes lembram a imensa bravura
Da raça tupi
Anahí
Índia flor agreste da voz tão suave
Como aguaí
Anahí, Anahí
Teu vulto no campo difere entre as flores
Pela cor rubi

Defendendo a vida
Tua valente tribo, foste prisioneira
Condenada à morte
Já estava teu corpo envolto à fogueira
E enquanto as chamas estavam queimando
Numa flor tão linda se foi transformando
Os teus inimigos fugiram dali
As aves ficaram cantando o milagre
Da flor de Anahí


sexta-feira, 16 de agosto de 2019






AGOSTO

Roxo fosco, a gosto
de contragosto.
Almoço gostoso
ou posto rançoso.
Revolto, cheiroso,
Frutoso, de meladas seriguelas
ou de amargo encosto
caroço na boca de banguela.
Desgosto de osso, indisposto.
Imposto ventoso, chocho, tosco.
Mosco de almas penadas
e  apagadas velas.
Na dor, custoso.
Alvoroço roto, louco e torto.
Medroso, no oco do poço
a contragosto ouço:
Rei morto, rei posto!

TERESA BRASIL


SÓ QUEM VIVE BEM OS AGOSTOS É MERECEDOR DA PRIMAVERA!

Lembro-me bem. Foi quando julho se foi, que um vento mais gelado, mais destemperado, que arrastava ainda folhas deixadas pelo outono, me disse algumas verdades. Convenceu-me de que o céu começaria a apresentar metamorfoses avermelhadas. Que a poeira levantada por ele daria lições de que as coisas nem sempre ficam no mesmo lugar e que é preciso aceitar que a poeira só assenta depois que os redemoinhos se vão.
Foi quando julho se foi que a minha solidão me convidou para uma conversa. E me contou de tempo de esperas. E me disse que o barulho das árvores tinha algo a dizer sobre aceitação. E eu fiquei pensando como elas, as árvores, aceitam as estações que, se as estremecem, também lhes florescem os galhos. Mas tudo a seu tempo. Foi em agosto que descobri que os cachorros loucos são, na verdade, os uivos que não lançamos ao vento. São nossos estremecimentos particulares que a nossa rigidez de certezas não nos permite encarar.
O mês de agosto tem muito a ensinar. Porque agosto é mês jardineiro, é dentro dele, berço do inverno, que as sementes dormem. Aguardam seu tempo de brotar. Agosto é guardador da boa-nova, preparador de flores. Agosto é quando Deus deixa a natureza traduzir visivelmente o tempo das mutações.
Mude, diz agosto, em seu recado de sementes. Aceite, diz agosto, com seu jeito frio de vento que levanta poeira e a faz avermelhar o céu. Compartilhe, diz agosto. Agasalhos, sopas quentinhas, cafés com chocolate, abraços mais apertados – eles também aquecem a alma e aninham o corpo. Distribua mais afetos, que inverno é acolhimento, é tempo de preparar setembro. E, de setembro, todos sabemos o que esperar. Esperamos a arrebentação das cores, que com seus mais variados nomes vêm em forma de flores.
Vamos apreciar agosto, recebê-lo com o espanto feliz de quem não desafia ventos. Que ele desarrume e espalhe suas folhas e levante suas poeiras. Aceite as esperas, mas coloque floreiras na janela. Só quem vive bem os agostos é merecedor da primavera!
Miryan Lucy de Rezende
Escritora e Educadora Infantil


Agosto mês do desgosto? - texto de Jani Semicek






AGOSTO MÊS DO DESGOSTO

Nada é por acaso nas crendices, nas superstições e nas lendas! Tudo tem a sua razão de ser. Por exemplo, no Século I, os romanos já temiam o mês de agosto, porque acreditavam que um dragão cuspindo fogo aparecia à noite no céu... Na verdade a constelação de Leão que fica mais visível nessa época. 

Já a clássica rima AGOSTO MÊS DO DESGOSTO surgiu em Portugal. Originalmente a expressão era CASAR EM AGOSTO TRAZ DESGOSTO, pois as caravelas partiam para o Novo Mundo nessa época, portanto quem casava em agosto acabava não tendo lua de mel e  as noivas corriam o risco de ficarem viúvas. ("Ó Mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal”, Fernando Pessoa) 

Fala-se também que Agosto é o mês do cachorro louco. Supostamente é o mês de maior incidência de cadelas no cio. Por conta disso, os machos ficam loucos e brigam entre si, o que pode levar à proliferação da raiva.

Não poderíamos esquecer acontecimentos históricos muito marcantes que contribuíram para a má fama de agourento:
2 de agosto de 1934 - Hitler tornou-se líder da Alemanha
6 e 9 de agosto de 1945 - Hiroshima e Nagasaki foram atacadas pelas bombas atômicas.

Aqui no Brasil:
24 de agosto de 1954 - suicídio de Getúlio Vargas (sugestão de leitura: Agosto, de Rubem Fonseca)
21 de agosto de 1961 - Jânio Quadros renunciou à presidência.

Mas... Agosto tem muitas coisas boas para compensar as crendices:
Dia dos Pais 
Dia dos Estudantes (11)
Dia do Folclore (22) 
Dia do Soldado (25)

E, cá entre nós, temos motivos de sobra para comemorar, pois há em nosso grupo três aniversariantes:

4 de agosto - LEDA
11 de agosto - CLARA
13 de agosto - ELENA  e OSWALDO


Jani Maria Semicek


quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Poema de Suraya H. Maia - "Em vão...em mim"...


"Em vão...em mim"...

Meu pai! Estás morto...
Imóveis as tuas mãos vibrantes,
estendidos e fracos os  teus braços gigantes!
Em tuas veias não corre lustroso 
o teu sangue quente árabe,
que inútil corre em mim...
Cegos e vazios teus olhos 
com sua magnífica visão 
desse mundo que previas.
Teus olhos que eram iguais aos meus,
estão ainda em mim
- quando me olho os vejo -
espelho onde te entrevejo...
E me deixastes aqui, partícula de ti, 
que ainda vive, pra sobreviveres.
E em vão, como te imortalizo!
E em vão, como te memorizo!
Tento te ressuscitar feito um Jesus
no terceiro dia! E esse dia não chega,
grito CHEGA!
Chegar de todas as maneiras.
Esbravejo por dentro contra um Deus inalcançável...
Oh Deus implacável!
Morto, e ainda assim caminhas pelos meus pés,
que pisam incansáveis sobre a terra
pra te perpetuar...
Fostes o arco que me lançou
(como disse Gibran Khalil),
um arco que se esticou demais,
pra que meu voo fosse longo e alto -
se ergueu além de qualquer planalto!
Até arrebentar!
Mas se a flecha voa tonta e cai
quem vai me lançar de novo?

Morto! Estático! Marmóreo! No fim...
Mas como estás vivo! vivo! vivo!
em vão...em mim...

Suraya Helayel Maia - Poema em homenagem a seu pai Munir Abdallah Helayel 
28/02/1974


Reunião de Agosto da ALIFLOR


Até mesmo a 10a.orquídea Phalaenopsis
abriu-se faceira para receber os associados . 

E os quitutes foram chegando para alegrar o olhar... 

...embelezar a mesa...

e surpreender com modelitos vindo da Espanha. 

Atentos ao ouvir a pauta que estava recheada...

Ouvir o colega escritor Adir Pacheco...

Alegrar-se com presenças : caro escritor Rudney Otto. 

E ficar de bem com as novidades.
Suraya e Jorge, esposo de Célia. 

Janice faz um selfie e quase não sai na foto. Rs . 

Jani contribui com o lindo texto sobre o mês de agosto. 

91 anos (mais 9 meses de barriga) para cantar
parabéns ao S. Oswaldo. Bem vividos! 





E aí... uma foto para a posteridade: Jani, Teresa, Ivonita, Suraya, Márcia, Janice, Rudney, Adir, Leda, Oswaldo, Flavinha, e Célia, Clic de Jorge Ribeiro. 

REUNIÃO ALIFLOR 14 DE AGOSTO

Existe uma música italiana (anos 50) que se chama "La Casa d'Irene" e diz assim: "La casa d'Irene se canta se ridi, la casa d'Irene stasera se va..."
E é assim na casa de Janice: se canta, se ri.
Nossa reunião foi caseira e gostosa. Uma residência muito acolhedora e bela.
Niver do querido Oswaldinho, 91 anos!!! Que força! Que alegria, que estímulo para nós!!! Tendo como musa a princesinha Flavinha, sempre ao seu lado dando a maior força - muito amor!
Elena, linda poeta, fez aniversário nesse mesmo dia, mas não pode participar. Parabéns, querida flor!
Jani, muito jovial e linda, com os cabelos na altura dos ombros, mais loirinha do que nunca. Falou sobre muitas diversidades interessantes de Agosto, nem sabia que tinha tanta coisa assim pra se falar desse mês!
Adir, vozeirão, presença marcante, muitos livros publicados e um poema profundo para o seu filho, que fez sucesso em vários estados do Brasil!
Otto, presença ilustre, precisa voltar sempre e nos brindar com um dos seus belos escritos!
Célia, com suas belas "Escolhas", sempre nos falando de filosofias de vida, de modo claro e abrangente.
Leda, nova participante e querida, fez uma releitura muito poética sobre o mês de Agosto.
Márcia, não pode ficar para nos falar uma de suas belas poesias ou nos mostrar sua performance artística de pessoas conhecidas ou anônimas. Que executa de maneira sutil.
Janice, além de ser a anfitriã perfeita, organizando tudo em cada pormenor, cantou uma das mais belas guarânias, chamada "Anahi", música que adoro e que gostaria de ouvir mais!
Ivonita, seguindo com a mesma sensibilidade da Janice - nas melodias, nos brindou com uma deliciosa canção "Manias", muito brasileirinha. Com sua voz que sempre nos surpreende!
Teresa nos brindou com seu lindo poema "Agosto", onde cria um belo jogo de palavras e ideias, que estão intrínsecos em sua poesia. Ela consegue fazer do simples, algo sofisticado e composto.
Também leu uma linda crônica, da autoria de Miryam Lucy Rezende: "Só quem vive bem os Agostos é merecedor da Primavera".
E por falar em "viver bem", nosso lanche foi delicioso, preparado por cada um com muito amor!!! E com o bom gosto da Janice, a mesa tinha xícaras pintadas à mão e um original porta-guardanapo que era uma bailarina espanhola, cuja saia era os próprios guardanapos!
Eu li um poema que fiz para o meu pai, após 2 anos de sua morte, onde falo sobre o que vivenciamos no corpo, em cada célula, em cada gesto que herdamos dos nossos amados!!
E assim se passou uma doce tarde... (ou... com muito doce...rsrsrs).

Em 17 de agosto de 2019. 
Texto de SURAYA HELAYEL MAIA
Fotos de Leda, Célia Ribeiro, Jorge, Rudney e Janice.
Arte do Convite e Postagem de Janice de Bittencourt Pavan