quinta-feira, 26 de abril de 2018

Arranjos lindos por Lorena M. T. Chiaradia



Arranjos maravilhosos feitos por nossa alifloriana Lorena Maria Tomasi Chiaradia. UAU!
Parabéns , amiga!   

FEIJOADA À MINHA MODA - Vinicius de Moraes












FEIJOADA À MINHA MODA
Vinicius de Moraes
 
Amiga Helena Sangirardi
Conforme um dia eu prometi
Onde, confesso que esqueci
E embora - perdoe - tão tarde

(Melhor do que nunca!) este poeta
Segundo manda a boa ética
Envia-lhe a receita (poética)
De sua feijoada completa.

Em atenção ao adiantado
Da hora em que abrimos o olho
O feijão deve, já catado
Nos esperar, feliz, de molho.

E a cozinheira, por respeito
À nossa mestria na arte
Já deve ter tacado peito
E preparado e posto à parte

Os elementos componentes
De um saboroso refogado
Tais: cebolas, tomates, dentes
De alho - e o que mais for azado

Tudo picado desde cedo
De feição a sempre evitar
Qualquer contato mais... vulgar
Às nossas nobres mãos de aedo

Enquanto nós, a dar uns toques
No que não nos seja a contento
Vigiaremos o cozimento
Tomando o nosso uísque on the rocks.

Uma vez cozido o feijão
(Umas quatro horas, fogo médio)
Nós, bocejando o nosso tédio
Nós chegaremos ao fogão

E em elegante curvatura:
Um pé adiante e o braço às costas
Provaremos a rica negrura
Por onde devem boiar postas

De carne-seca suculenta
Gordos paios, nédio toucinho
(Nunca orelhas de bacorinho
Que a tornam em excesso opulenta!)

E... Atenção! - segredo modesto
Mas meu, no tocante à feijoada:
Uma língua fresca pelada
Posta a cozer com todo o resto.

Feito o quê, retire-se caroço
Bastante, que bem amassado
Junta-se ao belo refogado
De modo a ter-se um molho grosso

Que vai de volta ao caldeirão
No qual o poeta, em bom agouro
Deve esparzir folhas de louro
Com um gesto clássico e pagão.

Inútil dizer que, entrementes
Em chama à parte desta liça
Devem fritar, todas contentes
Lindas rodelas de linguiça

Enquanto ao lado, em fogo brando
Desmilinguindo-se de gozo
Deve também se estar fritando
O torresminho delicioso

Em cuja gordura, de resto
(Melhor gordura nunca houve!)
Deve depois frigir a couve
Picada, em fogo alegre e presto.

Uma farofa? - tem seus dias...
Porém que seja na manteiga!
A laranja gelada, em fatias
(Seleta ou da Bahia) - e chega.

Só na última cozedura
Para levar à mesa, deixa-se
Cair um pouco da gordura
Da lingüiça na iguaria - e mexa-se.

Que prazer mais um corpo pede
Após comido um tal feijão?
- Evidentemente uma rede
E um gato para passar a mão...

Dever cumprido. Nunca é vã
A palavra de um poeta... - jamais!
Abraça-a, em Brillat-Savarin
O seu Vinicius de Moraes.

Apresentação e Comentário por Jelena Ribeiro 

CORAÇÃO ARDENTE - Poema de Janí Semicek


Coração ardente
Perguntei ao meu coração:
– Por que bate tão forte?
Ele respondeu:
– Não se preocupe? Não é prenúncio de morte...
É a vida vibrando no peito querendo mostrar
que nele ainda cabe um sentimento.
Repliquei:
– E precisa doer?
Ele argumentou:
– Lembre-se dos versos de Camões:
“Amor é fogo que arde sem se ver”
Aproveite bem essa dor
Porque isso sim é viver!!!!

Janí Maria Semicek


Reunião de abril - ALIFLOR

Jelena Ribeiro faz comentário e leitura da Feijoada à moda de Vinicius de Moraes. 

Lorena, Flavinha, Oswaldo, Janí, Heralda , Suraya, Teresa ouvem atentamente. 

Teresa Brasil também dá sua contribuição fazendo
a leitura de um texto muito interessante.


E Janí faz uma minipalestra sobre as mulheres que
foram pioneiras e se destacaram na literatura.



Em abril de 2018 , reunião mensal.

Uma foto pra registro da tarde e depois um lanche
gostoso com conversas amigáveis. 

Ana Luiza de Azevedo Castro



ANA LUÍSA DE AZEVEDO CASTRO

Ana Luísa de Azevedo Castro nasceu, provavelmente, em 1823, em São Francisco, Santa Catarina e morreu no Rio de Janeiro, onde morava, em 1869. Não se sabe nada a respeito de sua família. Só a constatação de que teve uma educação esmerada, pois estabeleceu um colégio de instrução primária e humanidades para meninas, onde foi professora e diretora.
Ana Luísa foi também membro da Sociedade Ensaios Literários, que em 16 de abril de 1866 lhe conferiu o diploma de sócia benemérita, produzindo artigos em que defendia a instrução da mulher.
Não era comum uma mulher escrever naquela época e, quando o faziam, valiam-se de pseudônimos. Ana Luísa era Indígena do Ipiranga, autora da tragédia Dona Narcisa de Villar. Romance indianista publicado em 1859, um ano antes havia sido seriado em capítulos no jornal A Marmota, do Rio de Janeiro.
Em seu romance, ela conta o amor impossível entre D. Narcisa de Villar, uma jovem portuguesa que se vê obrigada por seus irmãos a casar contra sua vontade, e o índio Leonardo. Desde o início da história já se prevê a tragédia que se anuncia.  
Podemos comparar, perfeitamente, seu romance ao de José de Alencar, O Guarani.


Mulheres que se destacaram na Literatura
– associe nomes com suas atividades :
(01)               Lausimar Lauss
(02)               Murasaki Shikibu
(03)               Raquel de Queiroz
(04)               Nélida Pinon
(05)               Ana Luísa de Azevedo Castro
(06)               Sóror Mariana de Alcoforado
(07)               Júlia da Costa
(08)               Delminda da Silveira
(09)               Antonieta de Barros
(10)               Maria Firmina dos Reis  
(11)               Nísia Floresta Brasileira Augusta

(03) Primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras.
(04) Primeira mulher a ocupar o cargo de presidente da ABL.
(11)  Mulher que rompeu o espaço particular dos homens na Literatura e publicou textos em jornais. Seu livro, “Direitos das mulheres e injustiça dos homens” (1932), é o primeiro a tratar dos direitos das mulheres à instrução e ao trabalho no Brasil.
(05) Primeira mulher a escrever um romance indianista.
(10) Primeira mulher a escrever um romance racial negro/branco.
(06) Cartas Portuguesas e Cartas de Amor.
(05) Primeira mulher a escrever um romance em Santa Catarina.
(02) Primeira escritora de que se tem notícia (1007 – “A História de Genji”).
(05) Indígena do Ipiranga.
(07) Primeira mulher a escrever poesia em SC.
(08) 22 singelos contos em que exorciza fantasmas e cria metáforas para suas fantasias eróticas.
(09) Professora e a primeira deputada do Estado, publicou no livro “Farrapos de Ideias.
(01) Publicou seus primeiros versos no ano de 1942, com o título de CONFIDÊNCIAS.
Conteúdo de uma mini palestra proferida pela Alifloriana Janí Semicek em 10 de abril de 2017. 

terça-feira, 3 de abril de 2018

Viagem a Torres






Nossa colega Alifloriana esteve em Torres e enviou fotos compartilhando sua alegria.

Atendendo a sua solicitação, envio algumas fotos da minha viagem a Torres.Fui a passeio, no último dia 25, e fiquei até ontem.Foram  dias inesquecíveis, curtindo paisagens  paradisíacas, inclusive o  cânion Itaimbezinho. Conheci uma senhora que é bibliotecária aposentada, da EPAGRI. Ela disse que também escreve poesias. Eu a convidei para nossa próxima reunião e ela se mostrou muito interessada em comparecer.
 Ela mora perto, na Ercílio Luz, já conhece a Casa do Professor. Tenha um bom fim de semana, e uma doce e feliz Páscoa.Maria Francisca Teresa Brasil.

Alifloriana de Abril