quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Dois poemas semelhantes "QUANDO EU FLOR"


Quando eu flor
e tu flores
nós flores seremos
e o mundo só florescerá
quando tu, amor
a mais bela flor
encontrar um beija-flor
que vai tirar o melhor de você
e dizer: quero te ver
quando menos esperar
esse vai aparecer
e transparecer...


Quando eu flor.

Quando tu flores. 
Quando ele flor ...
Nós flores seremos.  
E o mundo florescerá. 
Que esta primavera perfume o seu coração
com todos os aromas da alegria. 
Que o calor seja suave.
E que a brisa seja amena.
Que o perfume seja doce.
E que cada dia valha a pena.
Que estes três meses lhe renovem a paz, 
o amor, a saúde  e a força para seguir 
com os projetos da sua vida.
Deixe que a vida faça contigo, 
o que a primavera faz com as flores.
Encante - se!
Transborde cor!
Espalhe amor! 
Primavere - se.🌷

Autor desconhecido. 
Será uma versao do poema de Dimas Lima ou o contrário?

"TODA A PRIMAVERA"... de Suraya Helayel

 



"Toda a Primavera..."


Respirei tão fundo essa manhã azul
que engoli toda a Primavera...
e junto seu amor me penetrou
e me inundou de perfume e de quimera.

Foi me tirando pétala por pétala 
sibilando "mal me quer...bem me quer..."
e me deixou totalmente desfolhada 
e me tornou totalmente uma mulher.

E em meio à orgia de amores
você já saciado dos furores 
me jogou ao mar como se jogam as flores
numa sedenta oferenda à Iemanjá!

Suraya Helayel

Poemas de Luis Fabiano Souza

 




SELVA de Janice de Bittencourt Pavan

 



SELVA

Você sabe por que veio?

E neste meio

Você é mais homem do que bicho

Ou mais bicho do que homem?

 

Nesta selva o que você leva?

O sol?

As trevas?

 

Quanto vale?

Até quando?

Pra que tanto?

O tanto é pó

Montão de terra.

 

Poema de Janice de Bittencourt Pavan

Do livro Bicho-Homem - página 81.

Março  1992.


sexta-feira, 24 de setembro de 2021

A ÁRVORE DE MINHA INFÂNCIA de Ana Esther

 




A Árvore da Minha Infância 

Minha melhor amiga, a amada corticeira,

Em seus galhos eu passava horas, bem faceira!

À beira do rio Guaíba, lá estava ela...

Na paisagem exuberante, surgia singela.

 

Em seus braços me abraçava;

Minhas descobertas eu revelava.

Como eram longas nossas conversas!

Muitas aventuras, tão diversas.

 

Galhos ressequidos, muitas folhas, lindas flores;

Seiva de inspiração e fonte de mil sabores.

Foi sede do meu laboratório secreto

Que lá mantive com todo o meu afeto.

 

Ah, quantos dias de alegria

Sob sua sombra, a fantasia

Ao dar adeus a minha infância,

Da amiga corticeira veio a distância...

 

Hoje, dela só resta a saudade;

Lembrança de tanta felicidade.

Faço aqui o meu louvor

Pra quem me ofereceu tanto amor!


Ana Esther

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

"CORAÇÕES E RAZÕES” de Suraya H. Maia

 


"CORAÇÕES E RAZÕES

 

Ah!...A incrível luta entre a razão e o coração

que nos assola inteira 

- porque sou eu sozinha e sou minha companheira!

 

Se me decido pelo coração, 

a mente toda em neurose 

sofre angústias, tensões,

pois não me abandona a razão

- carrasco de tristes prisões...

 

Não poderia ser duas?

Uma só de sentimentos 

outra bem senhoril?

 

Ah!... Andaria nas ruas

com armaduras bem duras...

Ah!...Quisera ser mil!

 

SURAYA H. MAIA

 

CON TIENTO(S) poema de Luz Pixell

 


CON TIENTO(S)

Quem se esvazia de tudo

Soltando de si antigos escudos

Tem não só a pele exposta

E sim tecidos profundos.


Quem se arrebenta por tudo

Soltando de si cacos minúsculos

Tem desespero no olhar

Vertendo rápido ou devagar,

Lágrimas para se poder colar.

 

Mas...

Quem não suplica um perdão

Ou um retorno caridoso,

 Cavalga e segue sob a crista da vida.

Acovardado, na dúvida

Cambaleante,

Não terá nem sequer um dia,

Para respirar junto

O mesmo ar

Com um possível amante!

Luz Pixell


COM CHUVA OU SEM CHUVA de Vilmar Valmir

 


ARTE DE LUIS FABIANO DE SOUZA

 

 

   
 

ENCONTRO DE SETEMBRO DA ALIFLOR

 





MINHA MÃE É PRETA de Clarisse Costa

 


quarta-feira, 15 de setembro de 2021

POESIA de Antônio Roberto Fernandes

 


POESIA 

Mas... 

E eu que achei que a lua não brilhasse

Sobre os mortos no campo da guerrilha;

Sobre a relva que encobre a armadilha,

Ou sobre o esconderijo da quadrilha...

Mas brilha 

E achei que nenhum pássaro cantasse,

Se um lavrador não mais colhe o que planta,

Se uma família vai dormir sem janta,

Com um soluço preso na garganta...

Mas canta 

E achei que a chuva não regasse

A folha cujo leite queima e cega;

A carnívora flor que o inseto  pega;

Ou o espinho oculto na macega...

Mas rega

 

E achei que o orvalho não beijasse

A venenosa cobra que rasteja,

No silêncio da noite sertaneja,

Sobre as ruínas de esquecida igreja...

Mas beija 

 Imaginei que a água não lavasse

O chicote que eu sangue se deprava,

Quando de forma monstruosa e brava,

Abre trilhas de dor na pele escrava...

Mas lava 

Imaginei que nenhuma borboleta,

Por ser um vivo exemplo de esperança,

Dançaria contente, leve e mansa,

Sobre o túmulo em flor de uma criança...

Mas ela dança 

E achei que eu não mais fizesse,

Poema algum após tanto embaraço,

Tanta decepção, tanto cansaço,

E tanta espera em vão por teu abraço...

Mas eu faço.  

Antônio Roberto Fernandes


SALVE MARIA de Valmir Vilmar de Sousa

 


SALVE MARIA


Salve Maria que és cheia de Graça, bendito é o teu ventre fecundo
Donde advêm teus filhos Marias, josés, Paulos, Serafins...
Operários, artistas, literatos, analfabetos
Negros, amarelos, brancos, pardos...
Gays, transgênicos, héteros...
Democratas, teocratas, ditadores...
Ateus, cristãos, budistas, hinduístas, Islâmicos, judeus, maçons...
O Senhor está convosco
Entre nós és bendita, pois a vida tu nos concebe
Assim como concebestes Jesus
Santo é o teu caminhar
Por vias dolorosas algum dia passastes e ainda passarás
Mas tu és Maria
Dentre todas as Marias, joanas, Bernadetes...
Rogai por nós de todas nossas mazelas
Conceda o perdão aos teus filhos errantes
Pois teu coração é imensurável
Teu amor é infinito, incondicional
Nesta vida e nas próximas vindouras
Que assim seja, oh Maria.


Valmir Vilmar de Sousa (Veve) 08/10/17

ASPIRANTES de Clarisse da Costa

 


ASPIRANTES 

 

Se for olhar bem para dentro de mim verás que amei sozinha. Nas pontas dos meus dedos tinha uma conexão com cada palavra escrita de amor. Pensando bem, o amor começa com o toque. O toque das palavras ditas, do olhar sensível e as mãos sedentas por carinho. 

A bem da verdade, amor vai sempre ao encontro a vida. Nós somos apenas seus aspirantes. Pouco sabemos da vida e seus desafios, do amor e seus desencontros. 

Muitos de nós chegam a envelhecer sem ao menos florescer por dentro, ou encarar velhos medos. Outros morrem entre papéis velhos nas gavetas, livros corroídos por traças na estante e aquele espelho truncado na parede. Eu prefiro crer que são seres em busca de si mesmos. Afinal de contas somos seres humanos incompletos, sempre fica dentro de nós uma lacuna. 

 

Clarisse da Costa


CURITIBA de Valmir Vilmar de Sousa

 


CURITIBA

 

Quando eu te conheci

Tinhas uma estrutura diferente

Do que hoje apresentas

Crescestes é bem verdade

Já quase não te conheço mais

Teu corpo estrutural cresceu

Para todos os lados

Teu coração bate mais forte

Cuide bem dele 

Para que não necessites de um marca-passo

Tuas artérias entopem a cada dia

Devido seu fluxo diário

Teu ar já foi mais rarefeito

No entanto ainda continuas a respirar

Sem o auxílio de aparelhos

Tuas pernas estão a caminhar rumo ao futuro

Mas cuidado, vá com calma

Para não te atropelar

Não dê ouvidos a boatos alheios

Procure te cuidar, sem extrapolar

Abrace a todos, ame a todos

Não perca tua identidade

Que sempre te acompanhou

Ser hospitaleira, simpática

Não renuncie a tuas origens

De agregar amigos de todas as raças

Seja menos fria, aqueça a todos

Deixe o sol raiar no teu interior

Expande a todos os horizontes

Pois és a Terra dos Pinheirais

Dulcineia CURITIBA

 

Valmir Vilmar de Sousa (Veve) 18/01/18


"GOTAS D'ÁGUA" de Suraya H. Maia

 


"GOTAS D'ÁGUA"

 

As brigas nascem de uma gota d'água

afogando o  coração de quem ama...

Por que uma só gota cria mágoa 

e leva pro alto mar a nossa chama?

Na correnteza que sacode o amor

tem rios de lágrimas derramadas,

mas tem a mansidão e o langor

de lagos de ternuras almejadas...

No nosso leito

- mar encapelado

viramos deuses - tu és meu Netuno!

Muito sôfregos como naufragados

nos abraçamos e ficamos "uno".

 

Nas mãos o frasco de perfume aberto...

com uma gota inundo meu deserto!

Suraya H. Maia

 

 

AMAZÔNIA de Valmir Vilmar de Sousa

 

 

AMAZÔNIA

 

Tupã está triste

Amazônia, pulmão do nosso planeta

Pede socorro

A ganância do homem 

Ignora a sua importância

Devastam nossa floresta

Em nome do desenvolvimento

Onde está sua sensibilidade,

Sem preocupar-se com a biodiversidade?

Amazônia fenece, pede uma prece

As máquinas ceifam a nossa flora e fauna

Os rios padecem em seus leitos

Os curumins choram no colo da Mãe d’agua

Uirapuru, que seu lindo canto

Inspirou tantos poetas

Continuará a nos ofertar tal inspiração?

A motosserra ceifa árvores centenárias

Os tratores rasgam a terra

Sangrando o solo sagrado

Em busca do pote de ouro

Tupã está triste...

Amazônia clama por piedade

Amor, paz e fraternidade

 

Valmir Vilmar de Sousa (Vevê) 08/09/21




VOU-ME EMBORA PRA FLORIPA Poema de Clara Irmes Macário

 


VOU-ME EMBORA PRA FLORIPA

 

Vou-me embora pra Floripa

Lá sou amiga das fadas

Lá tenho os homens aos pés

Pra escolher nas praias encantadas

 

Vou-me embora pra Floripa

Aqui eu não sou feliz

Lá a vida é uma descoberta interessante

A cada dia fascinante

Onde revivo e aproveito

Chances que perdi

Num tempo em que não vivi

Não faço ginástica, mas gosto de me exercitar

Correrei solta como uma criança,

Pularei corda

Escorregarei pelas dunas,

Tomarei banhos de mar

E quando estiver cansada

Deito sob uma árvore

Lembro dos meus amigos imaginários

Da minha rica infância, me contando piadas

Vou-me embora pra Floripa!

 

Em Floripa tem tudo

É outro mundo!

Tem universidades

Tem N oportunidades

Para trabalhar e se divertir!

Tem o centro urbano

Tem recantos isolados

Tem a televisão, a mídia mais perto

Tem grandes galãs pra gente paquerar

 

E quando eu estiver triste

Mas triste de não querer mais nada

Quando de noite começar a chorar,

Lá sou amiga das fadas

Terei os homens aos meus pés

Pra escolher nas praias encantadas

Vou-me embora pra Floripa!

 

Poema de Clara Irmes Macário