Para todas as mães
Mãe é quem fica.
Depois que todos vão.
Depois que a luz apaga.
Depois que todos dormem.
Mãe fica.
Às vezes não fica em presença física.
Mas mãe sempre fica.
Uma vez que você tenha um filho,
nunca mais seu coração estará
inteiramente
onde você estiver.
Uma parte sempre fica.
Fica neles.
Se eles comeram.
Se dormiram na hora certa.
Se brincaram como deveriam.
Se a professora da escola é
gentil.
Se o amiguinho parou de bater.
Se o pai lembrou de dar o remédio.
Mãe fica.
Fica entalada no escorregador do
espaço kids, pra brincar com a cria. Fica espremida no canto da cama de
madrugada pra se certificar que a tosse melhorou. Fica com o resto da comida do
filho, pra não perder mais tempo cozinhando.
É quando a gente fica que nasce a mãe.
Na presença inteira.
No olhar atento.
Nos braços que embalam.
No colo que acolhe.
Mãe é quem fica.
Quando o chão some sob os pés.
Quando todo mundo vai embora.
Quando as certezas se desfazem.
Mãe fica.
Mãe é a teimosia do amor, que insiste
em permanecer e ocupar todos os cantos.
É caminho de cura.
Nada jamais será mais transformador
do que amar um filho.
E nada jamais será mais fortalecedor que ser amado por uma mãe.
É porque a mãe fica, que o filho
vai.
E no filho que vai, sempre fica um
pouco da mãe:
Em um jeito peculiar de dobrar as
roupas.
Na mania de empilhar a louça só do
lado esquerdo da pia.
No hábito de sempre avisar que está
entrando no banho.
Na compaixão pelos outros.
No olhar sensível.
Na força pra lutar.
No coração do filho, mãe fica.
Bruna Estrela
Mãe
Mãe... São três letras apenas
As desse nome bendito;
Também o céu tem três letras
E nelas cabe o infinito.
Para louvar nossa mãe,
Todo o bem que se disser
Nunca há de ser tão grande
Como o bem que ela nos quer.
Palavra tão pequenina,
Bem sabem os lábios meus
Que és do tamanho do céu
E apenas menor que Deus!
Mário Quintana
Essa história é tão antiga quanto Eva...
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