Portugal
Não somos lusitanos
Nem falamos como tal
Mas disso nos orgulhamos
Da terra de Portugal!
Sangue é sangue, fala
A raça, a nação
Mas temos apego à raça
Que nos afeta o Coração!
Da antiga lusitana
Temos a garra e o valor
Nosso peito já inflama
E cantamos com louvor!
Portugal é Pátria gentil
E do nosso firmamento
Bem forte e varonil
Faz-nos AMAR o sentimento!
Raquel Conti, em 06 de 05 de 2021
Às 17,20 horas, com orgulho de ser
Brasileiro ou Portuguesa!!!
PODER E FORÇA
Contigo passeio nos mares sem me afogar
Caminho nas alturas sem sentir vertigem
Jogo-me de pára-quedas sem temor
E sem torpor me embriago com a natureza.
Colorida, desbotada, triste ou faceira
Vou dizendo da vida o que ela sequer me disse;
Plena de seriedade ou
às vezes de asneira
Vou deixando na estrada um ar de brejeirice.
Durmo no dia se não me agrada a noite
Enfeito de rosas o caule de açoites
Dou riso ao coração e choro quando quero.
Tanta dor, tanto amor, tanta raiva, tanto perdão
Que a humanidade
traga, mastiga e joga fora
E segue, e luta, e vence ou se conforma ...
Contigo eu aprendi a escrever, a expressar
Cantar, dramatizar, interpretar receitas
Porque tens o poder, és uma força inexorável
Às vezes perigosa, um veneno intragável
Mas sem ti eu não teria,
ninguém teria
Como definir nem um ponto final ou uma reticência
Do sentir, do pensar, do expressar no dia a dia
Porque és o poder pela palavra com certeza
Que incentiva meu devaneio por excelência
E te amo, com razão, minha Língua Portuguesa.
Poema de Janice de
Bittencourt Pavan
Em 06/05/2021.


JORNAIS DO AÇOUGUE E DA PEIXARIA.
Meus
avós moravam em Santo Antônio de Lisboa.
Meu
avô trabalhava no DER (Departamento de Estrada e Rodagem) em uma
função simples.
Quando
comprava peixe na "venda", na época da tainha ou anchovas, eram embrulhadas
em jornal. Ao chegar em casa a primeira coisa que ele
fazia, era desembrulhar os peixes, com o maior cuidado.
Porque ele aproveitava as folhas do jornal que não estavam molhadas
e guardava pra ler nos finais de semana. Era uma das únicas formas de
lê jornal naquela comunidade, poucas pessoas tinham acesso.
Meu
avô lia com muito afinco. Não importava se eram notícias de
30 dias atrás. Considerava-se atualizado, e teria assunto para
conversar com qualquer pessoa. "Se ele conversasse!!!" Não era
de muita prosa.
Com os
amigos simples como ele, conversava sobre as coisas do dia a dia, a pescaria, a
farinha, a vaquinha ou até sobre a cabrita que estava dando leite; e ele
fazia queijo.
No
mais, era trabalhar de sol a sol, sem nada a reclamar.
Eu,
pequena, olhava curiosa meu avô lendo aquele jornal velho, sem saber o
motivo.
Quando
maior já sabendo ler, segui o costume de meu avô.
Aproveitava
os jornais da peixaria ou do açougue, principalmente, quando era o jornal
"O Globo” ou "Folha de São Paulo."
Ficava
fascinada com as notícias das grandes metrópoles.
E como
meu pai trazia os jornais locais de seu trabalho, minha fonte de cultura
eram os jornais "A Gazeta” e "O Estado", saia tinta e ficava -
se com os dedos pretos.
Mas
nada que fizesse parar de ler as notícias do "jornal
dormido” que embrulhava o peixe ou a carne.
O
importante era ler.
Autora:
Maria de Lourdes Andrade