Anexins&Desistência
“Os vivos
são sempre e cada vez mais governados pelos mortos” ( Auguste Comte)
As pessoas mais antigas (ou vividas) cresceram ouvindo de pais e avós,
frases feitas, algumas com cunho moralista.
Não se sabe como surgiram esses anexins, mas devem ser tão antigos que
sua origem se perdeu no tempo e, no entanto, muitos são repetidos até hoje.
Quem jamais ouviu que “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”
e “Deus ajuda a quem cedo madruga”; “Antes tarde do que nunca”; “Tanto faz dar
na cabeça ou na cabeça dar”?
Das mais antigas, conheço “Enquanto o pau vai e volta, as costas folgam”
(este deve ser do tempo dos escravos); “Atrás de mim virá quem boa me fará”
(esta, então, custei muito a compreender); “malhar em ferro frio”, “não ir com
toda a sede ao pote”, “de vagar se vai ao longe” (derivada do italiano “piano,
piano se vá lontano”); “atirou no que viu e acertou o que não viu” (esta cabe
para as ‘balas perdidas’);”para bom entendedor,
meia palavra basta”.
Minha avó Mimo citava os relativos
ao tempo: “céu pedrento é chuva ou vento”, “chover a cântaros (ou canivete
aberto)”, “plantando nasce”.
Nestas lembranças e adotando alguns desses anexins para exemplificar
situações,acho o “dar murros em ponta de faca” muito ajustado para (mais) uma
das minhas desistências: não vou mais participar do concurso de romances da
Leya, de Portugal (prêmio cem mil euros).
Definitivamente, reconheço que não sei escrever romances e me classifico como ‘cronista’. Posso, até, escrever um conto, desde que
não peça diálogos. É nesse ponto que eu me perco totalmente.
Então, diante dessa consciente constatação vou adaptar meu trabalho e
publicá-lo de outra maneira.
Pronto, falei!
Ivonita di Concílio
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