Em 11 de maio de 2015,o
compromisso levou mais uma vez o associado alifloriano à reunião, ocorrida no auditório
do Arquivo Público Municipal quando,sob a liderança
de Vilmar Machado, iniciou-se a pauta com os cumprimentos e boas vindas,
trocados entre os presentes.Sentimos algumas ausências
de colegas cujos familiares se encontram com problemas sérios
de saúde.Pedimos a Deus o alívio da dor, melhoras, serenidade,força e paciência diante
da dificuldade e do sofrimento.
Houve a leitura da ata,
impecavelmente escrita por Jelena e,posteriormente, tivemos a grata satisfação
de ouvir nosso querido colega Professor Nereu do Vale Pereira com o tema A vinda dos primeiros emigrantes a nossa Ilha,
brindando-nos com seu conhecimento e deixando- nos à vontade para perguntas e respostas. Sobre
a palestra, registro abaixo considerações de nossa colega Jelena.
Janice, homenageou os
aniversariantes do primeiro semestre, comentou sobre o blog da Aliflor,
enfatizou a importância da visita ao mesmo e
lembrou a apresentação de Ivonita cantando num sarau
promovido por ela mesma em homenagem às mães, sábado, dia nove de maio, no Rancho Beiramar, evento
este publicado no Blog da Aliflor.
Heralda sugeriu que tivéssemos um grupo no WhatsApp, sugestão imediatamente
aprovada e seguida de registro dos telefones dos presentes para possibilitar
este aplicativo.
Ivonita comentou que estaria se
apresentando como cantora em Joinville e que havia lançado
o livro “Missão Cumprida’ em memória a Aldomiro Correa Martins , obra esta encomendada e
patrocinada pela esposa do mesmo.
Também
agradou a ideia de elaborarmos uma revista ou informativo e, Reginaldo, novo
associado, prontificou-se para formatá-la com a ajuda dos associados e dentro do tempo disponível.
Com a certeza de que a reunião colheu vários
frutos , saimos satisfeitos e encorajados a desempenhar as atividades
,agarrados a três ingredientes imperativos a uma Associação: “Foco, Força e Fé”
Parabenizamos a presidente Vilmar
Machado que muito tem se empenhado em trazer palestrantes com assuntos
enriquecedores à nossa bagagem cultural como
também em promover passeios e visitas a
instituições escolares .
Após
as despedidas , já voltando cada um para suas
casas, vale registrar o temporal que se armou
em Florianópolis com fortíssimo vento sul, derrubando barracas, entortando sombrinhas, levantando saias e deixando
transeuntes aflitos pela expectativa e insegurança
de chegar em casa. Temporal este que deixou toda a cidade sem energia elétrica, totalizando quinze mil unidades consumidores sem
luz, num tempo equivalente a três dias
e três noites de apagão em alguns bairros.
Depois, com a normalidade, pude
compor esta matéria, agradecendo a Deus por mais
um dia de força e fé.
Texto de Janice de Bittencourt Pavan para o Blog da Aliflor. Em
19/05/15
"... a Presidente Vilmar, deu prosseguimento,
com a apresentação do palestrante do dia, Professor NEREU DO VALE PEREIRA ,
membro da Aliflor, doutor em sociologia, economista e folclorista; PHD em
Ciências Humanas e Sociais. Atuou por muitos anos na UFSC. Seus estudos estão
voltados à etnografia catarinense, com ênfase na cultura açoriana do século
XVIII, principalmente de Florianópolis. Prof. Nereu começou dizendo que sua
linha de pesquisa está voltada à Ilha de SC, constituição, ocupação e início do
povoamento, nos meados do século XVIII. Mas tem-se notícia de que os primeiros
moradores chegaram em 1515, sendo que neste ano de 2015, a ocupação completa
500 anos. Os ocupantes eram de origem espanhola e da mistura deles com os
nativos, resultaram os índios carijós,
que quer dizer “mistura de claro com escuro”. Visto que os portugueses
não ocuparam as terras do sul, os espanhóis se apoderaram da Ilha. Alguns
moradores exploraram o interior e alguns fizeram a proeza de chegar a Cuzco, no
Perú, lá por 1524/1526; somente a partir de 1640, os portugueses começaram a
reivindicar terras demarcadas pelo
Tratado de Tordesilhas. Prof. Nereu distribuiu mapas do Brasil de 1538,
com as respectivas linhas demarcatórias. A disputa pelas terras, assim chamadas
de meridionais, provocou a reclamação dos espanhóis para o Vaticano. O impasse
se estendeu até 1750, quando entra em cena Alexandre de Gusmão, diplomata de
nacionalidade portuguesa, que estudou em Roma, nascido no Brasil-Colônia, que
notabilizou-se pelo seu papel crucial nas negociações do Tratado de Madrid, que
definiu os limites entre os domínios coloniais portugueses e espanhóis na América
do Sul. Alexandre era secretário particular de D. João V e teve grande
influência nas decisões, onde defendeu o princípio de uti possidetis (direito de posse). Joana de Gusmão, irmã de
Alexandre, casou com Antonio Ferreira Gamboa, os quais fizeram um pacto, que em
caso de viuvez, fariam a propagação da fé católica. Com a morte do marido em 1745, Joana entrou na Ordem Terceira de São Francisco.
Estabeleceu-se em Florianópolis e em 1756 obteve permissão para comprar um
terreno onde construiu uma capela que ficou pronta em 1762. Em seguida foi
construída ao lado uma escola para meninas, a
primeira escola feminina de Florianópolis. Nesse local, hoje, se situa o
Hospital de Caridade. Entre 1735/1736, Portugal teve que ocupar as terras,
assim passou a estudar a possibilidade de uma remessa de açorianos para cá,
visto que os mesmos desejavam sair do Arquipélago dos Açores, por serem ilhas
vulcânicas e sujeitas a terremotos. Em 1746, saiu o Edital do Rei de Portugal, com um programa colonizador, oferecendo aos casais interessados a
possibilidade de se mudarem para o Brasil, prometendo-lhes glebas de terras e
ferramentas. Em janeiro de 1748 vieram 60 casais, que foram se fixando na Ilha.
Rapidamente, a Póvoa de Nossa Senhora do Desterro passou de 500 para 3 mil
moradores. Ao todo, cerca de 2300 casais
atenderam ao Edital, embora todos os açorianos transportados tivessem como
destino a Ilha de SC, parte deles, foram remanejados, após aclimatação dos
males da travessia, que levava 90 dias, espalhando-se até São Miguel das
Missões, no Rio Grande do Sul. Prof. Nereu falou de alguns colonizadores que se
destacaram na sociedade florianopolitana: Tomás Fco. Da Costa, Joaquim
Silveira, José Maria do Vale, que misturou-se com a família Pereira. Ainda
durante o período de 1809 a 1820, Brasil
recebeu junto com a vinda da família Real, cerca de 10 mil portugueses, a
maioria açorianos. Para terminar, Prof. Nereu disse que Florianópolis deveria
ter sido batizada de Açorianópolis, por serem os verdadeiros colonizadores da terra.
Doou para o acervo da Aliflor o seu livro “Contributo
Açoriano para a construção do Mosaico Cultural Catarinense”. Em seguida,
respondendo alguns questionamentos, Prof.Nereu, disse que nessas levas de
imigrantes, pereceram cerca de 10 a 15%, e que não eram pescadores, mas
agricultores. Em junho, Prof.Nereu proferirá a segunda parte da palestra. Prof.
Nereu após a fala retirou-se devido a compromissos particulares, sendo que foi
muito aplaudido".
Texto
de Jelena Stopanovski Ribeiro , lavrado em ata da reunião de 11 de maio de
2015.
Admiro muito o Professor Nereu e sua elucidante palestra nos deixou mais enriquecidos, principalmente aos "estrangeiros" - ao quais me incluo. Sua dissertação sobre a Ilha serão muito valiosas no conteúdo do livro que estou reescrevendo (com ilustrações) A PONTE e que o tema central é Florianópolis.
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