Os olhos
gritam pedindo clemência, mas a fome não se dobra.
A criança implora por
misericórdia e vê a morte sentada em tijolos, no aguarde.
A eternidade
de um túmulo paira sobre os gritos silenciosos do menor abandonado, como abutre
cercando a presa prestes a sucumbir.
Homens e
mulheres cumprimentam a morte pelo excelente trabalho.
Mas a morte diz
pesarosa:
- A fome que
vai levá-lo. Estou apenas conferindo.
Satisfeitos,
os homens e mulheres seguem suas vidas.
Brincalhona,
a morte diz zombeteira:
- Qualquer
dia visito vocês.
Mas os
homens e mulheres não ouviram; ou não quiseram ouvir.
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