terça-feira, 31 de agosto de 2021

ARQUIVO de Janice de Bittencourt Pavan

 


ARQUIVO


 Como tens coragem de banquetear
 teu suborno
 enquanto o povo
 -esse pobre Lázaro-
 espera as migalhas
 que caem de tua boca
 já encardida pela demagogia?
  
 Como te atreves a saborear
 manjar celeste como sobremesa
 se na mesa do teu serviçal
 o cotidiano transborda
 puro fel
 na taça sofrida
 da desesperança?
  
  
 Cadê a criança que havia em ti?
 Em qual gaveta arquivaste juventude?
 Por que não desenruga tu'alma
 com atitudes dignas
 e lubrifica teu coração maduro
 antes que ele envelheça?...

 

 Poema de Janice de Bittencourt Pavan

 Do livro Bicho- Homem.


3 comentários:

  1. Janice, esse teu poema é um soco no estômago dos demagogos e hipócritas! Bem dizes: perderam-se. Nada lhes restou da infância nem da juventude. Nenhum ideal lhes restou. Fortíssimo poema. Muito apropriado para nossos dias atuais.

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  2. Janice. Sua poesia revelou essa realidade do povo oprimido.

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  3. Janice.
    Sua ótima poesia revelou essa realidade do povo oprimido.

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