ARQUIVO
Como tens coragem de banquetear
teu suborno
enquanto o povo
-esse pobre Lázaro-
espera as migalhas
que caem de tua boca
já encardida pela demagogia?
Como te atreves a saborear
manjar celeste como sobremesa
se na mesa do teu serviçal
o cotidiano transborda
puro fel
na taça sofrida
da desesperança?
Cadê a criança que havia em ti?
Em qual gaveta arquivaste juventude?
Por que não desenruga tu'alma
com atitudes dignas
e lubrifica teu coração maduro
antes que ele envelheça?...
Poema de Janice de Bittencourt Pavan
Do livro Bicho- Homem.
Janice, esse teu poema é um soco no estômago dos demagogos e hipócritas! Bem dizes: perderam-se. Nada lhes restou da infância nem da juventude. Nenhum ideal lhes restou. Fortíssimo poema. Muito apropriado para nossos dias atuais.
ResponderExcluirJanice. Sua poesia revelou essa realidade do povo oprimido.
ResponderExcluirJanice.
ResponderExcluirSua ótima poesia revelou essa realidade do povo oprimido.