sábado, 26 de setembro de 2020

CORAÇÃO DÓI - poema de Suely Costa

 

Coração Dói

Desenhado de toda forma…

no chão de terra, nas calçadas

traços leves, delicados,

na areia da praia, nas árvores…

contendo nomes dos enamorados

Sempre com visão

romanceada

simboliza o maior dos sentimentos

deveria guardar só contentamento

mas, se pudesse mostrar me por dentro

Ah… dilacerado… estraçalhado, neste momento

músculo encravado no meu peito…

devia ser meu cúmplice, mas é suspeito

melhor dizendo: único culpado por meu estar assim…

ensandecida… largada… consumida… sem jeito!

Antes tão impetuosa e atrevida,

agora, apática, enfraquecida, sem gosto pela vida

dominada por uma angústia que sufoca

se o mundo acaba ou a sua volta desaba, não importa

o que lhe

consome, tem um nome: Amor

um amor tão exacerbado, tão mal amado

que ele, o órgão vital, não percebeu o sinal… entregou

se pleno, total…

Como poderia sabê-lo… sem ter se entregado por inteiro?…

que tudo seria um pesadelo… e que não era de papel,

nem era o modelo bonitinho desenhado com dois traços e penetrado pela seta do cupido?

Era para ser amado e amante… está agonizante… fardo pesado,

Cada vez que ele pulsa espalha pelo corpo inteiro esse descontrole..… essa dor…

é dilacerante a batida que o infla ensaguentado…

despedaçado… me sufocando… meu coração dói… corroído de Amor!

Dói tanto… e é tanto sangue derramando,

que receio, se esvaia… e se perca de vez… diluído em meio ao meu pranto!

(coração dói… o perco aos poucos… soluçando… chorando!)

Suely Ravache Costa - Cigana Poetisa

17.06.2020

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