segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Humildade - Poema de Cora Coralina



Humildade

Cora Coralina

“Senhor, fazei com que aceite minha pobreza tal como sempre foi.
Que não sinta o que não tenho
Não lamente o que não podia ter
E se perdeu por caminhos errados e nunca mais voltou.
Dái Senhor, que minha humildade seja como a chuva desejada
Caindo mansa, longa noite escura numa terra sedenta e num telhado velho.
Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita, minhas coisinhas pobres, minha casa de chão, pedras e tábuas remontadas e ter sempre um feixe de lenha debaixo do meu fogão de taipa, e ascender eu mesma, o fogo alegre da minha casa na manhã de um novo dia que começa”.


Nenhum comentário:

Postar um comentário