quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Costumeiro e Contumaz - Texto de Ivonita Di Concílio


Costumeiro e contumaz: duas palavras que confundem algumas pessoas, mas definem ambas um hábito que pode se transformar em vício.
Para mim, como exemplo, na década de 70, quando eu ainda trabalhava na Agência Nacional em Porto Alegre, havia um serviço especial das sucursais de todo País: sinopse das notícias dos jornais era enviada à matriz, em Brasília pela manhã, para o Presidente da República ler.
Como eu era a única digitadora, na época, aprendi a sintetizar as matérias e isso se tornou costumeiro. A partir dessa necessidade fui aprimorando as maneiras de expandir ou diminuir os relatos.
Mais tarde, já morando em Florianópolis, consegui trabalhar no Jornal A Gazeta, onde precisava criar, diariamente, uma crônica. Muitas vezes, a inspiração não me ajudava e eu tinha que captar uma ideia fosse lá qual fosse. O que importava era fazer a crônica. Dessa forma acostumei a escrever com ou sem motivação.
Temos, então, a explicação para a palavra “costumeiro” – que quer dizer hábito, simplesmente.
Dessas necessidades de inovar e “tirar da manga” uma inspiração me aventurei a escrever, escrever e escrever.
Já editei quatro livros, participei de algumas coletâneas (não concordo com “antologia”), estou escrevendo uma autobiografia - A Ponte; dois romances de ficção - O Pacto e o outro ainda sem título.
Não consigo parar de escrever e a isso se chama contumaz, sendo que cada trabalho é um pedacinho da minha vida, assim como tenho a necessidade de respirar, preciso escrever.

Ivonita Di Concílio/2016


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