terça-feira, 5 de julho de 2011

No "embalo"
















Gosto toda que me enrosco
de amar este amor malvado,
lindo, louco e descarado
como ele, em quem aposto.

Nunca sei se está ou é,
mas bem sei me desarvora,
me ensandece – rio e choro –
sem minar a minha fé.

Ontem lindo, bem mais hoje,
só curtindo e provocando,
ao dançar nos excitando
no jeito do vem e foge.

Amanhã, um outro dia,
logo cedo eu esquecida,
pela noite já traída,
porque é dele esta mania.

Deixo ao léu tudo correndo,
dias grito, outros me calo,
importante é que no “embalo”
muito amor estou vivendo.

E talvez se assim não fosse,
diferente dos iguais,
todo errado, sem normais,
nem tanto este amor amasse.

Poema de Odete Gonçalves
- Livro Ekos.

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