sábado, 22 de setembro de 2018

CREPÚSCULO poema de Ivonita di Concílio


CREPÚSCULO
A chuva escorre na vidraça
em lúdicas gotinhas fugidias
brilhando multicores
refletindo a luz, com graça,
como alegre escala de uma melodia.
A brisa suave entre as flores
exalando aromas despede-se do dia
mesclando o cheiro da terra molhada
trazendo seu perfume à janela aberta.
Espiando, tímidas, entre outras flores,
delicadas e modestas violetas,
junto às lânguidas avencas,
num dueto, a cantar ternos amores
às glicínias em peroladas pencas.
Fim de tarde,
recordações de momentos do passado
- ou momentos que eu talvez haja sonhado.
Apenas saudade, sem a nostalgia
que o crepúsculo provoca ao fim do dia.
Nesta hora em que a tarde deixa entrar a noite confidente,
 o aroma adocicado das flores da paineira
anuncia que já é Outono
e que o Verão se foi recentemente.

(Do livro Alhambra/2009)

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