CREPÚSCULO
A chuva escorre na
vidraça
em lúdicas gotinhas
fugidias
brilhando multicores
refletindo a luz, com
graça,
como alegre escala de
uma melodia.
A brisa suave entre as
flores
exalando aromas
despede-se do dia
mesclando o cheiro da
terra molhada
trazendo seu perfume à
janela aberta.
Espiando, tímidas,
entre outras flores,
delicadas e modestas
violetas,
junto às lânguidas
avencas,
num dueto, a cantar
ternos amores
às glicínias em
peroladas pencas.
Fim de tarde,
recordações de
momentos do passado
- ou momentos que eu
talvez haja sonhado.
Apenas saudade, sem a
nostalgia
que o crepúsculo
provoca ao fim do dia.
Nesta hora em que a
tarde deixa entrar a noite confidente,
o aroma
adocicado das flores da paineira
anuncia que já é
Outono
e que o Verão se foi
recentemente.
(Do livro
Alhambra/2009)
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